A demógrafa Maria Luís diz que faltam em Portugal dados consistentes sobre a emigração.

A especialista da Universidade de Aveiro refere que há realidades muito diversas dentro do próprio país e sugere que os dados do Observatório deveriam passar para a esfera do Instituto Nacional de Estatística. Só assim é possível investigar e sustentar políticas para o futuro. "O INE é o organismo oficial que devia ter todos os dados como deve ser, actualmente temos informação escassa para poder trabalhar numa perspectiva nacional e regional, o país não é uniforme, a realidade de emigração não é uniforme e conhecer isso seria fundamental para desenvolver políticas que permitam fazer regressar pessoas com qualificação elevada cuja formação pagámos", referiu.

"A demografia é uma base necessária para qualquer tipo de planeamento e desenvolvimento de políticas, sobre os movimentos migratórios internos, temos muita dificuldade em percebe-los, Aveiro tem alunos do interior do país mas, precisamos de conhecer ao pormenor esses movimentos para poder actuar e o trabalho desenvolvido nessa área, até agora, não tem sido suficiente". Declarações de Maria Luís ao programa “Sociedade Civil”, do canal 2 da RTP.

A professora universitária em Aveiro afirma que a emigração é secular e faz parte da natureza portuguesa. Admite que é também uma resposta ao negativismo.